"Afonso, o advogado, é apóstolo em sua casa. No processo de sua canonização, o Pe. Tannoia assinalará como o jovem Afonso converteu seu escravo muçulmano. Ele o converteu sem fazer proselitismo. Sem nada pedir-lhe. Simplesmente por "aquilo que é", por sua maneira de viver: seu escravo, Abdhalla, não dará outra explicação para sua conversão, a não ser esta: "Quero ser cristão por causa de meu senhor; certamente é verdadeira a religião que o faz viver com tanta virtude, piedade e bondade para comigo"
Retirado de "Orar 15 dias com Santo Afonso", de Jean-Marie Ségalen, que cita "Afondo de Ligório, uma opção pelos abandonados" de T. Rey-Mermet
Como sabemos, Afonso, antes de ser padre, foi advogado.
Sabem que tinha um papel com o que considerava serem os deveres do advogado e que levava consigo para os tribunais?
Franscesco Chiovaro, no livro "S. Afonso - Um Nobre feito pobre para os pobres", conta-nos que dizia assim:
"1. Não precisa de aceitar causas injustas, porque são perniciosas para a consciência e para a dignidade.
2. Não se deve defender uma causa com meios ilícitos e injustos.
3. Não se deve agravar o cliente com despesas indevidas (não necessárias), caso contrário o advogado tem obrigação de restituir.
4. As causas dos clientes devem ser tratadas com todo o empenho, como se se tratasse de causas próprias.
5. É necessário o estudo dos processos a fim de deduzir os argumentos válidos à defesa da causa.
6. O adiamento e a negligência dos advogados muitas vezes prejudica os clientes, e por isso se devem reparar os danos, caso contrário peca-se contra a justiça.
7. O advogado deve implorar de Deus a ajuda necessária à defesa, pois Deus é o primeiro defensor da justiça.
8. Não é de louvar um advogado que aceita muitas causas superiores à sua capacidade, às suas forças e ao seu tempo, que muitas vezes lhe faltará para preparar devidamente a defesa.
9. Para os advogados católicos, a justiça e a honestidade devem andar sempre juntas, ou melhor, devem ser guardadas como a pupila dos olhos.
10. Um advogado que perde uma causa por negligência fica na obrigação de reparar todos os danos causados ao seu cliente.
11. Ao defender as causas é preciso ser verdadeiro, sincero, respeitador e bem fundamentado.
12. Finalmente, as qualidades de um advogado são: a ciência, a diligência, a verdade, a fidelidade e a justiça."
A mim, ao ler isto, surge-me uma pergunta: como cristãos, de que modo sentimos que, em tudo na vida, devemos ter a marca de Cristo, o seu jeito?
Hoje um pouco mais tarde... um excerto do livro Modo de conversar contínua e familiarmente com Deus, escrito em 1753, por Afonso Maria de Ligório:
«Não te esqueças nunca da sua doce presença, como faz a maior parte dos homens. Fala-lhe o mais frequentemente possível, que Ele não se cansa nem o despreza, como fazem os senhores da terra. Se tu o amas, não te faltará dize-lo. Diz-lhe o que te acontece, a ti e aos teus assuntos, como o dirias a um amigo querido. Não o consideres como um príncipe altivo, que não quer lidar senão com os grandes, e só de grandes coisas. Ele se agrada, o nosso Deus, de abaixar-se a tratar connosco, e gosta que nós lhe comuniquemos os nossos afazeres mais pequenos e triviais.
Iniciamos hoje um novo cantinho no nosso blog... todas as sextas-feiras, ao final da tarde, propomos que pares, leias e medites as palavras de Santo Afonso (ou de alguns dos seus amigos!) e, no silêncio do teu coração, faças oração. Se quiseres partilhar com a comunidade podes fazé-lo, nos comentários ou no FB.
É mais uma oportunidade que temos de estar em sintonia com todos aqueles que ao domingo se reunem na NOSSA igreja.
E para começar, um excerto do livro A prática de Amar Jesus Cristo, escrito em 1768, por Afonso Maria de Ligório...
"Não merece Deus, porventura, todo o nosso amor? Ele nos amou desde toda a eternidade. «E com amor eterno te amei» (Jer 31, 3).
Homem, diz o Senhor, olha que fui eu o primeiro a amar-te. Tu não existias ainda no mundo, nem o mundo tampouco existia, e já eu te amava. Amo-te desde que sou Deus. Desde que me amei, amei-te também a ti.
Vendo Deus que os homens se deixam levar dos benefícios, quis por meio dos seus dons cativá-los ao seu amor. Por isso disse: «Eu os atrairei com os laços próprios dos homens; com as prisões da caridade» (Os 11, 4). Quero atrair os homens a amar-me com aqueles laços com que eles se deixam prender, isto é, com os laços do amor.
Tais precisamente têm sido todos os dons feitos por Deus ao homem. Depois de tê-lo dotado de alma com as potencia feitas à sua imagem, memória, entendimento e vontade; e de corpo com os seus sentidos, criou para ele o céu e a terra e tantas outras coisas, todas por amor do homem: os céus, as estrelas, os planetas, os mares, os rios, as fontes, as montanhas, as planícies, os metais, os frutos e tantas espécies de animais, a fim de que sirvam o homem, e o homem o ame a Ele em agradecimento de tantos dons."
celebrar aqui... ao entardecer
quaresma 2014 - caminhada de oração
semanário do 1.º volume (2013/2014)