"O caminho é o abandono da criança que adormece sem medo nos braços do seu pai."
São imagens, Papá, nada mais são do que imagens. Tu bem sabes como é a Menina dos Teus olhos, a Humanidade, Papá. Tu bem sabes que nós precisamos de imagens, de palavras, para de alguma maneira tentarmos dizer o Teu Amor-Graça por nós e a Gratidão com que estamos chamados a responder-lhe.
Eu gosto muito da imagem do colo, do regaço, dos braços que envolvem.
Por isso, Papá, tenho de Te dizer, ou melhor, que voltar a dizer-Te, que estou feliz por o Teu regaço estar mais cheio. Já tens no Teu colinho o nosso Pe. Santos. O nosso não está entre aspas, porque é mesmo nosso. Até ontem, era um nosso que descrevia as pessoas que tiveram o PRIVILÉGIO de se construirem com ele na História, as pessoas a quem teve a possibilidade (que agarrou plenamente) de se dar no Tempo da Construção. A partir de ontem, quando acabou de passar para Ti, porque toda a sua vida foi um lento passar para Ti, é um nosso que engloba a Humanidade inteira. A partir de ontem, tornou-se presente de uma forma nova. A partir de ontem, definitivamente parte do Corpo de que o Teu Jesus é a Cabeça. É tão bom saborear isto! Tão, tão bom!
Sabes, Pai, eu não sabia que era capaz de saborear tudo isto. Não sabia mesmo. Obrigada, por mais esta descoberta que estamos a fazer juntos. Gosto tanto quando és Tu a conduzir a dança!
Amo-te, Papá. Amo-te, amo-te, amo-te...E agradeço-Te por cada uma das mediações que me vai tornando capaz de o fazer. "O mal-amado ama mal", dizia o nosso Pe. Santos. O bem-amado não ama necessariamente bem, porque a vida é construção e a construção é sempre escolha pessoal. Só que o bem-amado está possibilitado de uma maneira única. Eu, Pai, tenho o privilégio de ser, desde sempre, muito, muito amada. Ajuda-me a nunca me esquecer disso e a ousar ser nada mais nada menos do que o que estou chamada a ser.
Papá, ajuda-me a fazer da minha vida acção de graças.
Ajuda-me a viver confiante e confiada a Ti. Ajuda-me a ser Tua, a ir-me entregando nos Teus braços com o abandono de uma criança nos braços do seu pai, até que um dia o abandono seja total.
Volto a dizer-Te, Papá: Amo-Te e quero continuar a viver na Gratidão.
celebrar aqui... ao entardecer
quaresma 2014 - caminhada de oração
semanário do 1.º volume (2013/2014)