8ª Estação – Jo 20, 24-29 (A Dúvida)
Há experiências que não se pode fazer sozinho. Há descobertas que precisam de mediações, de gente que nos ajude a VER.
Tomé não podia acreditar sem estar entre nós, porque só em clima comunitário podia encontrar-Te, Jesus, que continuas a ser o mesmo que morreu na cruz, que continuas a ser o mesmo que caminhou connosco por tantas estradas, que Se sentou connosco à mesa, que nos apresentou o Reino de Deus entre nós…
Dá-me Senhor, um coração feliz;
Infunde-lhe a paz e o perdão;
Faz-me entender o segredo do amor:
“Amai-vos como Eu vos amei”.
9ª Estação – Jo 21, 1-13 (A Pesca Gradiosa)
Já uma vez apanhaste os homens na margem do Lago e lhes mudaste a vida. Agora, voltas lá, voltas ao mesmo sítio, para lhes dares uma volta completa às vidas.
Quando o fazes, não podemos deixar de perceber que vais trazer grandes coisas à nossa vida, assim como não podemos deixar de compreender que o Amor vai percebê-las primeiro.
Viverei, viverei
Oh, Senhor, para Te encontrar
Para ver-Te sempre
Adorar-Te sempre
E seguir-Te sempre
Viverei...
10ª Estação – Jo 21, 15-19 (A Rocha)
Ai, Jesus, se ainda precisasse de uma prova da forma como transformas corações, bastava-me olhar para Simão!
Ele que sempre teve as respostas na ponta da língua, que sempre se disse pronto para tudo e mais alguma coisa, que Te prometia uma fidelidade sem limites, que se dizia o primeiro entre os Teus, hoje, oferece-Te apenas aquilo que sabe que Te pode dar: a certeza de ser deveras Teu amigo.
Tu, como sempre, não pedes mais do que ele Te pode dar. Pedes-lhe apenas tudo o que Te pode dar.
Ele vai dar-Te tudo o que pode, Tu sabes, nós sabemos.
Viverei, viverei
Oh, Senhor, para Te encontrar
Para ver-Te sempre
Adorar-Te sempre
E seguir-Te sempre
Viverei...
11ª Estação – Mt 28, 16-20 (A Missão)
Agora que já nos reencontraste, que já nos voltaste a tirar do lodo dos nossos medos, continuas a mostrar-nos a Tua Fé inabalável em nós.
Sempre nos falaram num Deus em quem devíamos crer. Tu, através da Tua Confiança em nós, apresentaste-nos um Pai que crê em nós.
Agora, levas a Fé ao extremo, ao enviar-nos a anunciar a todos.
Aos nossos medos respondes com a Tua Fidelidade, com a Tua Promessa de que estarás sempre connosco.
Se não nos abandonas, como podemos não ir? Tu és a nossa Força.
Aceita Senhor a nossa vida que é tua
e faz deste mundo um mundo irmão
caminha connosco e faz-nos caminhar
para sermos a tua imagem, o homem da ressurreição
12ª Estação – Act 1, 6-11 (O Regresso ao Pai)
Agora que os nossos olhos já não conseguem ver-Te, mas o nosso coração continua a perceber os Teus chamamentos, como podemos ficar a olhar para o Céu à procura de um Deus distante?
Tu ensinaste-nos a conhecer a Deus como Pai e a perceber a Sua Presença no concreto dos dias, no Seu Reinado que sempre afirmaste já ter começado e que nos enviaste a anunciar e a construir.
Aceita Senhor a nossa vida que é tua
e faz deste mundo um mundo irmão
caminha connosco e faz-nos caminhar
para sermos a tua imagem, o homem da ressurreição
13ª Estação – Act 1, 12-14 (A Espera do Espírito)
Enquanto esperamos que nos fortaleças, continuamos a orar do jeito que nos ensinaste.
Temos a certeza de que se pedirmos em Teu nome, isto é, se pedirmos como Tu pedirias e o que Tu pedirias, seremos atendidos.
Tu prometeste que estarias sempre connosco e que as nossas preces ao Teu jeito não ficariam sem resposta. Nós fiamo-nos de Ti, que nunca nos falhaste, apesar dos nossos medos e dos nossos abandonos.
Aceita Senhor a nossa vida que é tua
e faz deste mundo um mundo irmão
caminha connosco e faz-nos caminhar
para sermos a tua imagem, o homem da ressurreição
14ª Estação – Act 2, 1-6 (O Dom do Espírito)
Pronto, a Tua Promessa cumpriu-se. A Força que Te moveu, a Força que Te move, o Teu Espírito, está em nós.
Agora, já podemos sair anunciar-Te, estamos prontos. Agora, já aprendemos a linguagem do Amor, aquela que todos podem entender.
Ajuda-nos a orarmos no Teu Espírito, para que Ele continue a moldar-nos e transformar-nos.
Sois a semente que há-de crescer,
Sois a estrela que há-de brilhar,
Sois o fermento da terra e o sal,
Luz nova no mundo a alastrar.
Vós sois o sol da manhã a nascer
Sois a espiga que há-de crescer.
Vós sois no mundo denúncia do mal,
Profetas que Eu vou enviar.
Ide amigos, pelo mundo,
Anunciando o amor;
Mensageiros da vida, do perdão e da paz!
Sede, amigos, testemunhas,
Da Minha ressurreição,
Sede Minha presença, Eu convosco estarei.
Jesus vive, Ressuscitado por Deus, no meio de nós, faz-Se presente no concreto nos nossos dias.
Viver 50 dias de tempo de Páscoa é celebrar uma descoberta progressiva, em que vamos sendo capazes de ver Jesus como Ressuscitado, como Presente.
A experiência da Ressurreição não se pode separar da experiência da Morte de Jesus. Celebramos Deus a elevar Aquele que foi condenado e Crucificado pelos poderosos do Seu tempo.
Celebramos que Deus não usa as nossas medidas, mas a medida desmedida do Seu Amor.
Celebramos aquilo que não é evidente, que não se vê com os olhos, mas com o Coração.
Quem vê melhor? Aqueles que amam. O Amor chega sempre primeiro.
Por isso, a proposta hoje é vivermos a Experiência Pascal ao lado da mesma mulher que nos acompanhou até ao Sepulcro, na Via Sacra.
Continua a não importar como se chamava, porque podia ser qualquer um de nós, independentemente do género, da nacionalidade, da raça,… Qualquer um de nós, a quem tivessem matado simultaneamente um Amigo, um Líder e a pessoa mais especial que jamais conhecera, mas sentisse no seu coração que a Morte nada podia contra a imensidão daquela Vida. Sim, alguém que fosse intuindo que a última Palavra pertencia a Deus e não tinha sido dita nem na condenação, nem na crucificação, nem na sepultura.
Hoje, queremos fazer a Via Lucis como alguém que começa Desanimado, mas com Desejo de Fidelidade e uma Força inexplicável que vai fazendo VER que o melhor ainda está para vir.
O grão de trigo ao morrer
Fará seara ao crescer,
Que o Pai do céu abençoará, abençoará.
O grão de trigo ao morrer
Fará seara a crescer,
E em amor se vai fazer paz.
1ª Estação – Mt 28, 1-8 (A Ressurreição)
Quando Jesus morreu, não tivemos quase tempo para O preparar para a sepultura, porque o Sábado estava a chegar.
Neste primeiro dia da semana, foi tempo de irmos ao Sepulcro. De arrastarmos o nosso Desânimo até lá…Só que, apesar dele, o nosso coração sente que Jesus continua vivo, continua aqui connosco… Sentimos que nos chama a voltar a percorrer os caminhos que fizemos com Ele, a fazer Memória do que vimos com Ele desde a Galileia, da forma como nos fomos fazendo irmãos. Sim, sentimo-nos chamados a isso, sem nunca negar a impossibilidade de controlar Jesus. Quantas vezes quisemos que Ele fosse o Messias que sonháramos e quantas vezes se recusou a isso! Porque seria diferente agora?
Viverei, viverei
Oh, Senhor, para Te encontrar
Para ver-Te sempre
Adorar-Te sempre
E seguir-Te sempre
Viverei...
2ª Estação – Jo 20, 3-8 (Sepulcro Vazio)
Ai, Jesus, não sabemos que Força é esta que nos move, nem sabemos o que nos faz crer que a Morte nada pôde contra Ti, mas sentimos que estás aqui, que estás entre nós.
O nosso coração diz-nos que a Morte ficou de barriga vazia, porque a Tua Vida foi maior do que ela.
O grão de trigo ao morrer
Fará seara ao crescer,
Que o Pai do céu abençoará, abençoará.
O grão de trigo ao morrer
Fará seara a crescer,
E em amor se vai fazer paz.
3ª Estação – Jo 20, 11-18 (Vi o Senhor!)
Se sentimos que estás entre nós, que a Morte foi derrotada, como podemos continuar a chorar?
Sim, vemos-Te connosco, a continuar a chamar o nosso nome da mesma forma que sempre usaste, com o mesmo jeito com que sempre o fizeste.
Sim, Tu estás entre nós!
Vinde irmãos e cantai com alegria
Nossa páscoa, a nossa redenção;
Jesus Cristo já venceu a morte,
Ressuscitou, Aleluia.
Ressuscitou, ressuscitou,
Ressuscitou, Aleluia.
4ª Estação – Lc 24, 13-27 (No Caminho de Emaús)
Não somos só nós, mulheres, de quem se poderia dizer que estamos ainda toldadas pela emoção, ainda a desejar uma reviravolta imprevista e que nos devolva o nosso Mestre, que vemos que estás entre nós, Jesus.
Também os nossos companheiros, que voltavam desanimados para a sua casa, para Emaús, perceberam que continuas a fazer Caminho connosco, a explicar-nos o que os Profetas anunciaram, a entrar em nossa casa…
Pelos caminhos de Emaús
Nós Te encontramos e seguimos Teu olhar
E ao calor da Tua luz
Tu nos envias cada dia a anunciar.
Pelos caminhos de Emaús
Tu nos revelas a certeza da verdade
Nós escutamos a Tua voz
O som da vida, da unidade.
Fica connosco que se faz tarde,
Sem Ti não sei viver, a noite vem, Senhor!
Fica connosco que se faz tarde
Nós precisamos do Teu saber
5ª Estação – Lc 24, 28-35 (A Refeição de Emaús)
Continuas a ser o mesmo! Os nossos irmãos de Emaús perceberam isso!
Quando Te abrimos as portas e Te sentas à nossa Mesa, quando partilhamos o Pão do jeito que nos ensinaste, não dá para negar que estás entre nós.
Quando percebemos isto, não podemos guardá-lo para nós! Foi por isso que os irmãos de Emaús vieram a correr contar-nos.
Sim, agora, já somos mais a dizer que estás Vivo, que estás entre nós.
Ao meu silêncio vem Tua voz
E uma profunda paz se vai gerando em nós!
Ao meu silêncio vem Tua voz,
Sem Ti, Senhor, ficamos sós.
Guarda, Senhor, esta união
Que vai crescendo em nós pela força do Teu pão!
Guarda, Senhor, esta união,
Raiz e terra de uma canção.
6ª Estação – Lc 24, 36-48 (No Cenáculo)
Quando entras pelas portas fechadas das nossas vidas e dos nossos corações, que medo dá! Sentimos as certezas que tínhamos a desaparecer, sentimos que estás a começar uma história nova connosco, mas, ao mesmo tempo, vamos percebendo que não é deitado fora nem um bocadinho da história que já vivemos. Sim, toda a nossa história conta. A minha história enquanto pessoa, mas também a história do meu Povo.
Tu fazes parte da Revelação de Deus. Como Tu disseste, Tu és imagem fiel do Pai, que é tudo em Ti. Fazes parte da Revelação de Deus que começou tanto tempo antes. És imagem do Deus Libertador de Moisés, do Deus que denuncia e dá motivos à Esperança pela voz dos Profetas, do Deus a quem o nosso coração chama a cantar Salmos, do Deus de Israel, do meu Deus…
Quando percebemos que não deitas fora nada da nossa história pessoal, nem como Povo, mas que a completas, só podemos sentir-nos em Paz, aquela Paz completa que nos dás, aquela Paz que nos faz sentir cheios, completos, preenchidos, plenificados, aquela que no nosso hebraico se diz Shalom.
Viverei, viverei
Oh, Senhor, para Te encontrar
Para ver-Te sempre
Adorar-Te sempre
E seguir-Te sempre
Viverei...
7ª Estação – Jo 20, 19-23 (O Perdão)
Tu chegas àqueles que Te abandonaram na Tua agonia, na dor inimaginável, no Calvário, desejando a Paz. Tu não guardas rancores pela fraqueza dos Teus, fazes-te Presente entre eles, para os enviares a perdoar em Teu nome.
Que limite pode haver a perdoar em Teu nome, quando Tu perdoas desse jeito?
Quem pode, depois de ser recriado pelo Teu Amor, conseguir recusar-se a perdoar?
Dá-me Senhor, um coração feliz;
Infunde-lhe a paz e o perdão;
Faz-me entender o segredo do amor:
“Amai-vos como Eu vos amei”.
Hoje, foi tempo da última catequese conjunta do ano.
Depois de termos descoberto algumas formas de ENCONTRO com Jesus e com Deus (ligando-nos a Eles, como quem coloca a ficha na tomada) e que não chega encontrarmo-Los é preciso ficarmos com Eles, saber PERMANECER (como uma ficha ligada à tomada não funciona sozinha, mas precisa de fio), foi tempo de aprender a VER como Jesus (é que uma ficha na tomada e um fio, só por si, não servem para nada, têm de servir para pôr algo a funcionar, por exemplo, um candeeiro que nos ajude a VER).
Com o candeeiro já aceso, será que vemos todos o mesmo?
Ou depende do lado em que nos colocamos?
A Fé é feita de muitas experiências.
Este ano, fomos desafiados a Encontrar Jesus e a Permanecer com Ele, até que VER ao Seu jeito se torne natural.
Contamos com todos nesta catequese conjunta, para partilharmos o que vimos neste tempo de Páscoa.
Não se esqueçam das vossas partilhas!
"À chegada, convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles" (Act 14, 27).
O desafio pascal que vos temos lançado neste tempo de Páscoa é um convite à atenção.
Não sei se está a resultar convosco, mas atrevo-me a dizer que, no meu caso, está a ser útil.
O mais engraçado é que não consigo separar uma semana da seguinte, um convite a ver daqueles que o precederam.
Por exemplo, a semana passada, o desafio era VER DEUS como o coração chamasse a ver, isso remete-me para alturas em que O vejo nos mais vulneráveis (ou naqueles que lutam por os fortalecer), para alturas em que O vejo na Natureza, para alturas em que o vejo na minha caminhada de Fé e todas essas dimensões fazem parte do meu dia-a-dia.
No Domingo passado, guiada pela frase bíblica acima, queria chegar do Retiro e partilhar algumas das coisas que mais me marcaram nele, só que não consegui. Quando digo que não consegui, não significa só que estava com sono ou que não tive tempo. Não, quer dizer que as ideias não queriam "colar".
Há momentos em que é necessário digerir, juntar mais algumas experiências, rever o que vivemos, tornarmo-nos unos.
Já aqui partilhei algumas vezes que entendo que um dos maiores perigos dos tempos que vivemos é não sermos unos, andarmos dispersos, sermos como que várias pessoas metidas num copo só. Por isso, gosto de parar umas quantas vezes, para verificar a coerência da minha vida e para ver de que forma encaixam os vários ambientes em que me movo, as várias pessoas com quem convivo, os vários interesses que tenho,... Não posso falar de mim deixando de fora a família a que pertenço, a formação académica que tenho, a formação na Fé que vou recebendo, as pessoas com quem falo, os livros que leio, as músicas que ouço...Eu sou um pouco de tudo isso, sem poder ser reduzida a nenhuma dessas coisas, nem sequer à soma delas. Eu sou uma história. Tu és uma história. Deus e o Seu Povo são uma História.
Para mim, a grande frase do Retiro: "Digo-vos com toda a verdade que aquele que crê em mim faz tudo aquilo que eu faço e há-de fazer coisas maiores ainda, porque eu vou para o Pai." (Jo
Difícil de acreditar? Claro! Principalmente porque lemos isto como cada um de nós poder fazer coisas maiores do que Jesus e não como todos nós, formando o Corpo de que Jesus é Cabeça, podermos fazer mais do que Jesus fez na Palestina, há 2.000 anos atrás.
Agora, se pensarmos no nós como um todo podermos fazer mais do que Jesus que viveu na Palestina, as coisas já mudam de figura.
Por exemplo, esta semana, li "Segundo a FAO, o actual desperdício alimentar nos países industrializados ascende a 1,3 mil milhões de toneladas, suficientes para alimentar as cerca de 925 milhões de pessoas que todos os dias passam fome." (Retirado de: http://www.ideiasdeorigemportuguesa.org/ideias/10). Hoje, não podemos dizer que, devido a colheitas más ou a dificuldades do terreno, não foi possível produzir o suficiente para a população. Hoje, com os transportes que há, é possível fazer chegar a quem tem fome o que sobra do outro lado do mundo.
Por isso é que o incumprimento dos Objectivos do Milénio é tão chocante. Pensava nisso, esta semana, enquanto lia o post da Glória no Derrotar Montanhas (post "Em rede", de dia 2 de Maio).
Mais do que nunca, acho muito perigoso perguntar a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29)
É que, quando falámos em globalização e em aldeia global, falámos em possibilidades novas.
Deixem-me dar-vos alguns exemplos:
Mais, não podemos medir o impacto do que fazemos. É que o que fazemos vai ter repercusões noutros, que terão impacto noutros e noutros e noutros e noutros...
Por falar nisso, deixem-me partilhar mais um post do Derrotar Montanhas: http://derrotarmontanhas.blogspot.pt/2013/05/e-tu-ja-partilhaste-tua-mesa-hoje.html
Depois, quero ainda partilhar algumas das coisas sobre impacto positivo de que me lembrei no Retiro. Digamos assim, Memória de redes de bem-querer que nos fazem.
Por exemplo:
Quanto às primeiras, fiz uns esquemas, mas ou são não partilháveis (porque envolvem expor vida de outros) ou são totalmente impossíveis de aqui conter, por dimensão.
Assim, vou partilhar o das tampinhas. A parte de que me lembro, que sei que é uma ínfima parte da realidade. Não vou pôr nomes, porque me posso estar a esquecer de alguém e, sobretudo, porque não é quem que importa, mas sim a cadeia de relações.
Só que, como este post já está muito longo e isso ainda tem de ser "mastigado" mais um pouquinho, a cadeia de relações vai ficar para depois.
Fica também o desafio de descobrirem as redes de bem-querer que têm à vossa volta e no concreto das vossas vidas.
Se sentirem que vale a pena partilharem-nas, não se esqueçam que tudo aquilo que não partilhamos faz com que fiquemos mais pobres.
A Catarina, a Joana, o João e a Mariana começaram por preparar a Festa do Acolhimento dos seus amigos que, este ano, ouviram falar de Jesus pela primeira vez. Depois de preparada esta festa tão importante foi tempo de nos pormos a caminho e de descobrirmos mais sobre a força que movia Jesus na sua vida.
Começámos por ter muita curiosidade em saber o que iríamos festejar este ano. Quando soubemos que era a Festa do Pai Nosso quisemos saber exatamente aquilo que estávamos a proclamar quando o dizíamos. Resolvemos, então, traduzir este diálogo com o Pai para palavras que nós pudéssemos entender mais facilmente. Mas isso aguçou-nos a curiosidade... O que era isto de Deus ser Pai de todos? O que é isto de todos fazermos parte de um Reino de Amor? O que é isto pensarmos primeiro nos outros e de os perdoarmos? Já para não falar do alerta constante para não nos esquecermos que Deus é Amor...
Assim descobrimos que Deus tem uma Aliança connosco. Uma Aliança tão forte que nos faz sentir filhos de um mesmo Pai e parte de um Reino onde as únicas armas que existem são os nossos corações. Uma ligação tão especial que, para além de nos sentirmos filhos de um mesmo Pai, descobrimos que éramos irmãos de Jesus, um homem que conheceu muita gente e que se dava completamente aos que iam atravessando a sua Vida, que ensinava a todos o verdadeiro valor do Perdão.
Depressa começamos a perceber que tínhamos um Pai e um Irmão em comum, afinal estava a formar-se algo, mas ainda faltava qualquer coisa... Espírito, Espírito-Santo, aquele cordão umbilical que nunca foi cortado, aquele jeito maternal de Amar, era isso! DEUS É FAMÍLIA!! É esta descoberta, é este sentimento que hoje queremos festejar convosco. Deus é uma Família Perfeita de Amor: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo. Conseguem perceber como é bom sentirmo-nos parte desta família? Como é bom sentirmo-nos chamados a fazer parte dela? TODOS somos chamados a fazermos parte dela!!
Leitura do Livro de Isaías
Será que uma mulher pode esquecer o menino que amamenta ao peito? Poderá ela não sentir carinho por aquele que gerou nas suas entranhas? Garanto-te: ainda que ela se pudesse esquecer dele, Eu nunca te poderia esquecer! Eu gravei a tua imagem na palma das minhas mãos.
Palavra do Senhor.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai santo, não peço somente por eles, mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que Tu Me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu Me deste, para que sejam um, como Nós somos um: Eu neles e Tu em Mim, para que sejam consumados na unidade e o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste como a Mim. Pai, quero que onde Eu estou, também estejam comigo os que Me deste, para que vejam a minha glória, a glória que Me deste, por Me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu conheci-Te e estes reconheceram que Tu Me enviaste. Dei-lhes a conhecer o teu nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o amor com que Me amaste esteja neles e Eu esteja neles».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO DOS FIÉIS
Pai-Nosso, pedimos-Te por todos os presentes, para que construam laços fraternos com o Próximo, nunca esquecendo que o Amor tudo pode.
Oremos irmãos.
Pai-Nosso, ajuda todos aqueles que ainda não conhecem o Amor maternal de Deus. Ajuda-nos a mostrar-lhes como é bom sentirmo-nos gerados das entranhas deste Deus que nos tem gravados na palma da Sua mão.
Oremos irmãos.
Pai-Nosso, pedimos-Te por todas as famílias, para que sejam suporte de construção de muitas vidas que se cimentam no Amor e na Justiça. Ajuda-as a viverem constantemente o Amor, o Diálogo, a Compreensão e o Perdão.
Oremos irmãos.
Pai-Nosso, ajuda-nos também a nós a não nos esquecermos que te temos sempre ao nosso lado. Ajuda-nos a sentir-Te presente nas nossas vidas e em todas as nossas decisões.
Oremos irmãos.
PAI – NOSSO
Junto ao mar eu ouvi hoje
Senhor, Tua voz que me falou
E me pediu que me entregasse
Aos meus irmãos
Essa voz me transformou
A minha vida ela mudou
E só penso agora, Senhor, em repetir-Te
Quando eu for p’ra outros lugares
Terei eu de abandonar
Os meus amigos, minha família
P’ra Te seguir
Mas eu sei que, finalmente
A Boa Nova anunciarei
Ao meu irmão e junto dele viverei
Pai Nosso, em Ti cremos
Pai Nosso, Te oferecemos
Pai Nosso, nossas mãos de irmãos.
AÇÃO DE GRAÇAS
Catarina: Obrigado Jesus por estares sempre comigo e nunca me abandonares.
Joana: Obrigado por seres uma família perfeita e porque o Espírito Santo anima toda a gente que está na família. Quem está dentro da família tem amor no coração.
João: Abba, obrigado pelo Amor que existe na Terra e por haver muita bondade e felicidade, mais do que tristeza do que infelicidade. Obrigado Jesus por seres um amigo que está sempre comigo.
Mariana: Obrigado Jesus pelos meus amigos. Obrigado Jesus por estarmos reunidos com o Filho, com relações de Amor. Obrigado Jesus por espalhares a Boa Notícia para nós acreditarmos em Ti, para sermos uma família de irmãos e para sermos uma comunidade.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada.” (Jo 14, 23)
Hoje, como faz Deus a Sua morada em nós?
Como o VEJO no dia-a-dia?
Não sei se já partilhei isto aqui, porque já diversas vezes tive vontade de o fazer, mas não sei se em alguma a concretizei.
Hoje, queria partilhar convosco que vi Deus num passeio muito simples: um passeio de casa da minha avó (para quem não sabe, no Bonfim) até à Baixa.
Vi Deus no acertar do meu passo pelo dela. Num acertar de passo que se faz de Amor.
Há uns anos, comecei a aperceber-me de que no Amor não há pressas. No Amor, seguimos o ritmo que for confortável para o outro. Esse ritmo pode fazer com que vejamos menos ou consigamos ir a menos lugares, mas é o único que nos faz felizes.
Há uns anos, isso era verdade nas viagens, planeadas ao ritmo dela, feitas nos transportes que lhe fossem mais confortáveis.
As minhas amigas e as minhas colegas descrevem passeios corridos, em que vêem muitas coisas, em que caminham imenso, de onde chegam cheias de dores de pernas pelas muitas horas de passeio. Eu poderei talvez descrever dores de pernas de conter o passo. No entanto, não trocava essa experiência por nada.
Depois da queda dela, em Agosto último, em que foi preciso ela reaprender a andar, foi necessário que eu também aprendesse um novo ritmo, ainda um bocadinho mais lento, ainda de passeios mais curtos.
Enquanto me esforço por coordenar a minha passada pela dela, lembro-me sempre de Deus. Acredito que é assim que Ele também anda connosco: a medir a Sua passada pela nossa, a nunca nos abandonar, a ir um pouco mais à frente quando é necessário convidar-nos a ir mais longe, a ficar às vezes por trás de nós para verificar se estamos a pôr bem os pés no chão. Sim, acredito num Deus que não nos deixa para trás, nem nos manda para a frente sozinhos.
Acredito que o Amor tem um ritmo, que é o ritmo dos que amamos. Acredito que Deus é Amor, por isso, o mais completo conhecedor desse(s) ritmo(s).
celebrar aqui... ao entardecer
quaresma 2014 - caminhada de oração
semanário do 1.º volume (2013/2014)