Não sei se já partilhei isto aqui, porque já diversas vezes tive vontade de o fazer, mas não sei se em alguma a concretizei.
Hoje, queria partilhar convosco que vi Deus num passeio muito simples: um passeio de casa da minha avó (para quem não sabe, no Bonfim) até à Baixa.
Vi Deus no acertar do meu passo pelo dela. Num acertar de passo que se faz de Amor.
Há uns anos, comecei a aperceber-me de que no Amor não há pressas. No Amor, seguimos o ritmo que for confortável para o outro. Esse ritmo pode fazer com que vejamos menos ou consigamos ir a menos lugares, mas é o único que nos faz felizes.
Há uns anos, isso era verdade nas viagens, planeadas ao ritmo dela, feitas nos transportes que lhe fossem mais confortáveis.
As minhas amigas e as minhas colegas descrevem passeios corridos, em que vêem muitas coisas, em que caminham imenso, de onde chegam cheias de dores de pernas pelas muitas horas de passeio. Eu poderei talvez descrever dores de pernas de conter o passo. No entanto, não trocava essa experiência por nada.
Depois da queda dela, em Agosto último, em que foi preciso ela reaprender a andar, foi necessário que eu também aprendesse um novo ritmo, ainda um bocadinho mais lento, ainda de passeios mais curtos.
Enquanto me esforço por coordenar a minha passada pela dela, lembro-me sempre de Deus. Acredito que é assim que Ele também anda connosco: a medir a Sua passada pela nossa, a nunca nos abandonar, a ir um pouco mais à frente quando é necessário convidar-nos a ir mais longe, a ficar às vezes por trás de nós para verificar se estamos a pôr bem os pés no chão. Sim, acredito num Deus que não nos deixa para trás, nem nos manda para a frente sozinhos.
Acredito que o Amor tem um ritmo, que é o ritmo dos que amamos. Acredito que Deus é Amor, por isso, o mais completo conhecedor desse(s) ritmo(s).
celebrar aqui... ao entardecer
quaresma 2014 - caminhada de oração
semanário do 1.º volume (2013/2014)